Zara estréia e-commerce no Brasil e vira hit aqui na terrinha


Em momento descrito pela empresa como “histórico”, a varejista de roupas Zara estreia nas vendas online no Brasil nesta quarta-feira. Hoje com 57 lojas físicas em 17 estados no Brasil, a marca, controlada pelo grupo espanhol Inditex, passa agora a receber pedidos em uma loja virtual em seu site, como já fazem há anos concorrentes nacionais.
O lançamento do e-commerce no Brasil, onde a Zara atua desde 1999, faz parte de uma estratégia global. O presidente da Inditex, Pablo Isla, afirmou que todos os 96 países em que a Zara está presente terão uma plataforma de vendas online até 2020. No ano passado, mercados como Austrália e Nova Zelândia também ganharam a opção de vendas online.

O e-commerce representa 12% das vendas do grupo Inditex pelo mundo, segundo os resultados de 2018 divulgados aos investidores na semana passada. As vendas online cresceram 27% em 2018 na comparação com o ano anterior, totalizando 3,2 bilhões de euros.
A Zara é o carro-chefe dos resultados da Inditex. Sozinha, a marca representa 69% do faturamento do grupo, que totalizou 26,1 bilhões de euros no ano passado. As vendas da Zara cresceram 10% entre 2017 e 2018.

Para Edgard Neto, consultor especialista em varejo de vestuário do Sebrae, é importante para a Zara se posicionar no e-commerce brasileiro. Em um país com mais de 5.000 municípios, a capilaridade da marca, com menos de 100 lojas, ainda é muito pequena — o que pode melhorar com o e-commerce.
“Com uma loja online, a Zara consegue chegar em um público diferente, que não necessariamente compraria nas lojas físicas”, diz Edgard. A distância das lojas não é o único problema “Às vezes a pessoa está ali na internet, vê uma promoção, decide comprar algo; mas a mesma pessoa não iria até a loja”, explica.
No total de vendas da Inditex, incluindo lojas físicas, as Américas representam uma fatia tímida de 15,5% — embora a empresa não divulgue a fatia do Brasil neste resultado. Sozinha, a Espanha, terra natal do grupo, responde por 16,2%, enquanto o restante da Europa tem 45,1% das vendas.
No Brasil, a categoria de moda e acessórios é a segunda em volume de pedidos no e-commerce, com 14,5% das compras. Os dados são da última versão do relatório WebShoppers, da consultoria de e-commerce eBit/Nielsen, referentes ao primeiro semestre de 2018.
Mas apesar do grande volume de pedidos, a categoria de moda e vestuário é apenas a sétima em faturamento. O setor ainda perde para categorias com maior valor agregado, como celulares e eletrodomésticos, tendo somente 6% do total da receita do e-commerce (1,4 bilhão de reais) no primeiro semestre do ano passado.
Contatada para mais detalhes, a Zara afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que não possui porta-vozes para comentar o lançamento do e-commerce e a estratégia da empresa no Brasil. Em nota, a empresa afirmou que “o lançamento do novo site no Brasil é um marco histórico na expansão da integração dos mercados físicos e online da Zara, o que garante que a marca alcance estados e cidades nos quais ainda não tinha presença.”
Na operação brasileira, o cliente terá a opção de receber as compras em casa ou retirar na loja — o que reduz o preço do frete. Consumidores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba ainda terão a opção de entrega no dia seguinte, para compras realizadas até às 15h. A empresa também afirmou que haverá uma “total integração” entre as lojas e o site.

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